O que seria da existência sem os contrastes?
Não daríamos valor a luz das estrelas se não fosse a escuridão. Ao lazer se não fosse o trabalho. Ao chocolate se não fosse o morango. Aos momentos felizes se não fossem os tristes. À vida se não fosse morte.
Não daríamos valor a luz das estrelas se não fosse a escuridão. Ao lazer se não fosse o trabalho. Ao chocolate se não fosse o morango. Aos momentos felizes se não fossem os tristes. À vida se não fosse morte.


Em cada uma das dez histórias somos apresentados a momentos importantes da vida de Brás como o nascimento do filho, as férias de infância com os avós, a viagem pela Bahia com o melhor amigo, o dia que conheceu a esposa e vários outros.

Abordando um tema específico como família, amor, amizade, trabalho, em cada um deles, sempre de um jeito diferente, subvertendo todas as expectativas.
A obra merece a quantidade de prêmios que vem ganhando atualmente nos EUA e tem muitos méritos que justificam isso. Um deles é causar a identificação imediata através da descrição de episódios que poderiam estar na vida vários leitores.
Os gêmeos continuam afiados nos textos trabalhando de forma poética temas comuns como idas ao sítio, encontros românticos na padaria e até assaltos no botequim.

Na verdade, toda a caracterização da obra merece destaque.
Brás, por exemplo, é a cara do cantor e compositor Chico Buarque.
E a Bahia representada consegue se apresentar ao mesmo tempo de forma mística e verossímil tendo todas as idiossincrasias dos textos de Jorge Amado.
Sem falar nas cores aquareladas que dão um toque todo especial ao sentimento de poesia cotidiana da história. Sem dúvida feita pra emocionar.
Dá até orgulho de ser brasileiro ao ver uma história totalmente produzida por autores nacionais ganhando três dos principais prêmios de quadrinhos nos EUA agora em 2011. Orgulho que não vem só da inegável qualidade da obra, mas pelo fato dela representar tão bem o Brasil.

Hoje, depois de vários prêmios por aqui que lhe renderam contatos e incursões ocasionais (e premiadas) no mercado americano, mostram que o Brasil pode fazer diferença nos quadrinhos dos EUA não só pela habilidade do traço, mas também nos roteiros.
A vida é feita de escolhas e Brás faz todas elas, algumas certas, outras erradas, e acaba construindo uma trajetória tão particular quanto fascinante.
Uma bela história sobre contrastes que pontua com realismo fantástico os sonhos, as aspirações e os episódios da vida cotidiana de um sujeito comum, com o maior mérito de transformar o mundano em poético.
Recomendadíssimo!
Valeu!
Valeu!
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