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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dica de filme: Não Por Acaso

Não por Acaso é um filme brasileiro de 2007 dirigido por Philippe Barcinski e estrelado por Rodrigo Santoro, Letícia Sabatella e outros.

É um filme bastante melancólico, mas bem interessante.

O filme trata de recomeços narrando duas histórias que só tem em comum uma mesma tragédia que acontece a dois homens.

Pedro (Santoro) é um marceneiro de 30 anos, especializado em mesas de sinuca que mora com a namorada num apartamento encima de sua oficina.

Ênio (Leonardo Medeiros, o prefeito da novela A Favorita) é um engenheiro de trânsito de 40 e poucos, solteiro e que trabalha controlando o tráfego da conturbada cidade de São Paulo.

Além de marceneiro, Pedro é um ótimo jogador de sinuca, já tendo ganho vários torneios do jogo. Ele espera sua namorada completar sua mudança para o apartamento dele quando o pior acontece.

Ênio é um cara metódico e solitário que acaba de receber a notícia que sua ex-mulher voltou a morar no Brasil. A ex-mulher é seu grande amor, mas é casada e vive muito bem, abrindo uma livraria na cidade.

Ela o procura e lhe diz que a filha adolescente gostaria de conhecê-lo. Ele recusa, não querendo atrapalhar a vida de ninguém e achando que aquilo poderia mudar muito sua própria vida.

É nesse ponto, por volta de uns 20 minutos de filme, que acontece a virada na história. O mesmo acidente tira a vida tanto da namorada de Pedro, quanto da ex-mulher de Ênio e eles vão ter que viver um dia de cada vez, aprendendo suportar as consequências.

Na vida de Pedro aparece Lúcia (Letícia Sabatella, muito linda), uma mulher moderna e prática, que aluga o apartamento que era de sua namorada e acaba sendo sua promessa de volta a socialização.

Na vida de Ênio, sua filha Bia força a entrada aos poucos e ele tem que aprender a ser pai depois de quase 16 anos de solidão.

Uma sequência memorável é a do acidente que mostra a diferença que dois segundos podem fazer na sua vida.

Outra bem legal é a narração apaixonada de Ênio em que compara de forma bastante simples o estudo do trânsito de grandes cidades com a Mecânica dos Fluidos, uma área de estudo de Física avançada.

Uma que também não dá pra esquecer é o mergulho no pensamento de Pedro quando ele calcula as probabilidades do jogo no campeonato de sinuca.
 
Direção firme e impecável e atuações na medida certa para os personagens, sem falar na própria cidade de São Paulo que por si só é um grande personagem do filme.

E da linda e melancólica trilha sonora que acompanha perfeitamente o ritmo da narrativa.

São belíssimas as imagens do filme. E foi através dele que fiquei com vontade de conhecer essa cidade feita quase toda de concreto, mas com uma ou outra pérola escondida no meio dela.

É engraçado como o filme faz com que o concreto não esconda a beleza de São Paulo. Não se vê muitas árvores, é claro, mas é um outro tipo de beleza. A beleza dos prédios e formas produzidas pelo homem.

Me fez querer andar ali e sentir um pouco daquela selva de pedra junto com os personagens. Bem legal.Vi o filme no cinema no fim de 2007 e estive andando pelas ruas da cidade agora em agosto de 2008. Gostei bastante. Tenho certeza que um dia eu volto lá.

Valeu!

Um comentário:

Leonardo Giordano disse...

Esse filme foi bom pra mim pessoalmente porque me deu a oportunidade de ver ilustrado um antigo pensamento que eu tenho e que tive dificuldade de explicar, inclusive para pessoas inteligentes, que é o seguinte: quanta diferença um nome faz, pode ou poderia fazer em sua vida?
Isso é algo abordado pela numerologia, que não entendo e nem acredito. Meu pensamento é em cima de coisas concretas. Um exemplo óbvio são os nomes esdrúxulos. Se ao invés de me chamar Leonardo, um nome super banal, ,tivesse um desses nomes que vemos naqueles e-mails "os nomes mais estranhos etc." ou mesmo em casos conhecidos como a filha do Pepeu Gomes, Riroca, que depois "teve" que mudar de nome por não suportar mais as compreensíveis zombarias que sofria, tenho convicção que minha vida seria diferente. Um nome como esse afeta psicologicamnete o indivíduo desde a formação de seu caráter até a sua vida adulta, com consequências imprevisíveis.
Mas se não for um nome esdrúxulo? Se meu nome fosse, por exemplo, Alexandre, um nome também super comum? Como seria minha vida agora? Tenho convicção que ela não seria a mesma, já que isso muda muita coisa, como por exemplo, uma lista de chamada na escola. Esta, em princípio não é uma mudança drástica, mas poderia fazer com que eu saísse mais cedo de uma aula em que o professor fosse liberando a turma pela chamada.
Acredito que mudanças mais substanciais poderiam ter ocorrido na minha vida se meu nome fosse outro. Poderia ter conhecido pessoas diferentes ou ter deixado de conhecer algumas que eu conheci (em alguns concursos públicos seu local de prova é determinado pelo seu nome, por exemplo) e todos sabem a diferença que certas pessoas fazem em nossa vida. Assim hoje eu poderia ser rico, ter filho(s), estar preso ou mesmo estar morto. Não acho que precise ter uma imaginação muito grande pra pensar em caminhos que culminem em situações como essa.
Se você aguentou ler isso até aqui e viu o filme "Não por acaso" deve estar pensando que eu enlouqueci ou que pensei em outro filme. Lembra da possibilidade que falei antes, de ser um dos primeiros da lista de chamada e sair antes do que eu sairia da sala se meu nome estivesse no meio ou no final da lista? Se isso ocorresse minha trajetória pelas ruas, saindo da escola, seria alterada, e eu atrevassaria uma rua, por exemplo, num momento diferente em que eu o faria se tivesse um nome diferente, e poderia ser atropelado por um veículo que eu nem teria chegado perto se meu nome fosse outro. Ufa! Finalmente uma ligação com o filme.
Realmente é nisso que eu penso quando lembro do filme, que ainda fala sobre sinuca, que é um esporte que eu não domino, mas que acho interessante e que conta com Rodrigo Santoro, talvez o astro brasileiro mais conhecido no exterior hoje, e que namorou a Luana Piovani e é vascaíno. Ok, não precisa lembrar o final triste dessas duas histórias. rsrs
Mas e então? Deu pra entender minha teoria? Não a acho complexa e nem mesmo sei se é inédita, mas garanto que nunca a vi em nenhum lugar.

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