Esse eu escrevi em 2006, mas dei uma atualizada antes de postar aqui.
Boa pedida pra quem gosta de super-heróis.
Supremo, a história do ano.
Comprei em dezembro/2005, numa banca aqui do RJ, uma caixa com as três edições da editora Brainstore por apenas R$49,90 (Tava R$89,90 no submarino).
Supremo é uma espécie de Super-homem do universo de heróis da editora Image Comics, uma rival das poderosas Marvel Comics (lar do Homem-aranha, Hulk, X-men e etc.) e DC Comics (lar de Batman, Superman, Liga da Justiça e etc.).
Supremo é uma espécie de Super-homem do universo de heróis da editora Image Comics, uma rival das poderosas Marvel Comics (lar do Homem-aranha, Hulk, X-men e etc.) e DC Comics (lar de Batman, Superman, Liga da Justiça e etc.).
Só pra situar: a Image Comics foi formada no início dos anos 90 por desenhistas de sucesso insatisfeitos com o tratamento dado na Marvel e na DC. Depois disso, uma avalanche de novos personagens, quase todos copiados de outras editoras, invadiu as bancas e foi sucesso por um tempo (principalmente pelos desenhos), mas isso não durou muito. Logo, o público, e os donos da editora, é claro, perceberam que apenas bons desenhos não sustentavam as vendas.
Foi por causa disso que roteiristas profissionais foram chamados para tentar salvar as vendas dos personagens da editora.
O inglês Alan Moore, escritor de V de vingança, Do inferno, Watchmen e outros, foi um deles e nos presenteou com Supremo, a história do ano.
Supremo começou a atuar como Kid Supremo nos anos 30, cresceu (abandonando o título de Kid), fez muitos amigos e (mais ainda) inimigos, sofreu várias reformulações, mas ainda está na ativa hoje em dia.
A história começa quando Supremo acaba de voltar do espaço depois de uma longa viagem e encontra algo de errado com a realidade. Sem aviso, é abordado por quatro versões diferentes dele mesmo.
Entre elas: um rato gigante estilo Supermouse, uma sexy mulher negra com cabelo Black Power e o primeiro Supremo dos anos 40 (que só dava grandes saltos e não voava).
Por achar ser culpa deles a realidade estar estranha, Supremo os ataca e eles lutam por um breve período.
As versões acabam lhe convencendo a acompanha-los através de um portal.
Uma cidadela gigantesca os espera e Supremo descobre que o local é uma espécie de limbo pra onde iam todas as versões do Supremo e também de amigos, parceiros e mascotes do Supremo que já tinham tido sua chance e não faziam mais parte da cronologia atual do personagem.
Uma cidadela gigantesca os espera e Supremo descobre que o local é uma espécie de limbo pra onde iam todas as versões do Supremo e também de amigos, parceiros e mascotes do Supremo que já tinham tido sua chance e não faziam mais parte da cronologia atual do personagem.
Ele encontra desde cachorros e macacos Supremos até reis Supremos e Supremos alienígenas, além de todas as suas namoradinhas de infância, seus parceiros mirins e seus amigos repórteres que trabalharam com ele no rádio.
É claro que o Supremo atual não se lembra de nenhum daqueles, então lhe é explicado que ele obteve uma honra que nenhum Supremo jamais teve: visitar a dimensão Suprema antes de iniciar sua vida na cronologia atual.
Ele é saudado por todos os Supremos e então volta a Terra pra iniciar sua própria cronologia.
A partir desse início incomum (que só poderia ter saído da cabeça do Moore), Supremo assume seu novo emprego de desenhista de quadrinhos de super-herois (um campo ótimo pro Moore colocar suas opiniões sobre a mitologia e o mercado na boca de outros personagens) e visita locais de seu passado.
Cada vez que ele chega em algum lugar importante somos brindados com histórias inteiras do passado do Supremo (mudando inclusive o estilo do desenho pra um mais parecido com o dos anos 40, 50 ou 60) e assim ele vai recuperando sua memória aos poucos.
Velhos amigos reaparecem, Aliados voltam a ativa, parceiros mirins são reencontrados e antigos vilões ressurgem mais poderosos, porém com o mesmo ódio.
É nessa história que o personagem criado pelo infame desenhista (e dublê de roteirista) Rob Liefeld deixa de ser apenas um plágio para se tornar uma grande homenagem do escrito Alan Moore ao Homem de Aço ou simplesmente "a história definitiva do Super-Homem" como disseram alguns veículos de imprensa na época do lançamento.
A maioria dos personagens que já tiveram alguma importância na história do Homem de aço nesses 70 anos de existência tem suas versões nessa história do Supremo.
Até mesmo os nomes de personagens com consoantes duplas aparecem ali (é só ver seu arqui-inimigo Darius Dax, o gênio do crime, pra citar um dos exemplos).
Moore passeia com maestria por todos os clichês de histórias clássicas de super-heróis sem ser repetitivo ou previsível (tem até uma máquina do Darius Dax que transfere poderes!). Bem legal!
Em relação a edição da Brainstore: pra começo de conversa a impressão não tá muito boa. Os desenhos (na maioria feito por artistas seguidores do estilo musculoso dos anos 90) estão desfocados e borrados, o que dificulta um pouco a apreciação da revista.
Se o leitor conseguir superar esse detalhe a chance de se gostar da história é grande. (Também, é padrão Alan Moore de qualidade, né?)
Outra coisa: quem for comprar a revista pela capa esperando ver desenhos do quadrinista e pintor Alex Ross pode se decepcionar, pois além da capa, a única contribuição artística de Ross na revista são duas páginas de rascunhos pra um novo uniforme (que nem aparece na história) do personagem no final de cada edição.
Há pouco tempo a editora Devir lançou uma nova edição nacional de Supremo, a história do ano, inclusive com um quarto álbum escrito pelo Moore intitulado A Era Moderna (que a Brainstore não chegou a lançar), mas não vi nenhuma das novas edições ainda pra avaliar se a impressão melhorou. Espero que sim, pois a história merece.
Resumindo: Supremo de Alan Moore é uma ÓTIMA pedida pra quem é fã incondicional do gênero super-herói (com destaque pro Super-homem, é claro) e estiver disposto a ignorar alguns erros e decepções da edição da Brainstore pra apreciar as idéias, textos, homenagens e maluquices do escritor inglês Alan Moore.
Resumindo: Supremo de Alan Moore é uma ÓTIMA pedida pra quem é fã incondicional do gênero super-herói (com destaque pro Super-homem, é claro) e estiver disposto a ignorar alguns erros e decepções da edição da Brainstore pra apreciar as idéias, textos, homenagens e maluquices do escritor inglês Alan Moore.
Valeu!
Um comentário:
Muito boa sua postagem! parece ser interessante, mesmo eu realmente não gostando de super homem...Alan Moore é muito inteligente então deve ser no mínimo algo de nível.
Você já leu 1602 do Neil Gaiman? É muuuuuito bom, principalmrnte pra quem curte super heróis :)
bjs
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