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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dica de filme: O Curioso Caso de Benjamin Button

Férias terminando. Sonhos com a sala de aula (nem sempre bons) já começando. E meu discurso de aula inaugural sendo preparado mentalmente há alguns dias.

Mas eu ainda acho tempo pra apreciar muita coisa, afinal, tenho que ocupar meus últimos dias livres da melhor maneira que posso.

Na semana passada assisti ao último filme de Brad Pitt, O Curioso Caso de Benjamin Button e achei ele bem legal.
Acompanho notícias sobre ele há algum tempo no meu site de notícias preferido (omelete.com.br) e, quando soube que o filme era baseado num conto, tratei de procurar a versão escrita pra ler antes.

Encontrei num sebo da Av. Passos, perto da Praça Tiradentes no centro do Rio.

O conto se encontra no livro 6 contos da Era do Jazz do autor F. Scott Fitzgerald, um escritor americano que começou a ficar famoso na década de 1920 e escreveu livros como Suave é a Noite e O Grande Gatsby (que, se não me engano, já foi adaptado pro cinema).

No conto, Benjamin Button é um homem que já nasce com pensamentos e corpo de velho, com seus 70 e poucos anos, mas é criado pelo pai, um dono de uma grande loja de ferragens, teimosamente como se fosse uma criança. E, ao contrário de todos, rejuvenesce ao invés de envelhecer.

Nasce em 1880 na cidade de Baltimore, no estado de Maryland-EUA e passa pela vida experimentando as fases de idade na ordem inversa de todos nós.

Não existe, a meu ver, uma grande lição no conto.

Pelo que pude perceber foi apenas um pequeno arroubo de experimentalidade do autor ao narrar a vida de um homem comum (quase ordinário) da época, que por acaso fica mais jovem a cada dia. E não existe explicação pra isso, claro.

No conto, por vezes o autor tenta esboçar uma na forma de comentários de outros personagens como: "Benjamin é teimoso. Gosta de ser diferente.", mas não vai além disso.

Talvez o conto deva ter sido bem mais interessante em sua época de publicação. O interessante mesmo é tentar imaginar a passagem dos anos de Button.

Já o filme é bastante diferente. Com quase três horas de duração, muito se buscou, mudou, incluiu ou cortou pra fazer o conto ficar interessante.Na verdade, do conto mesmo só sobram o nome do personagem principal e sua condição especial. E com as mudanças a história do filme ficou bem melhor.

O filme começa no leito de morte de Daisy (Cate Blanchett), uma ex-bailarina com 90 anos de idade, que pede a filha, que não vê há alguns anos, que leia um diário lhe entregaram há algum tempo. É o diário de Benjamin Button (Brad Pitt).

Benjamin nasce em 1918, no dia que terminou a primeira guerra mundial, em Nova Orleans, estado da Louisiana-EUA.

Seu pai se assusta com a aparência enrugada e velha do bebê.
A mãe morre logo depois do parto e o pai, desesperado, abandona a criança na porta de um asilo de idosos.

A governanta do asilo, uma jovem negra chamada Quennie, se apieda da criança e cria o bebê como se fosse seu.

O médico do asilo não dá a Benjamin muitos dias de vida, já que ele parece sofrer de várias doenças típicas da velhice, mas o garoto cresce e vai ficando saudável.

Só que, ao contrário das outras crianças, sua pele continua enrugada, seus cabelos são brancos e ralos, sua voz é rouca e fraca e ele se cansa muito rápido.

Os moradores do asilo, alguns já senis, adotam Benjamin como um colega e ele cresce ouvindo com a cabeça de uma criança (diferente do conto) os conselhos e histórias (algumas bem engraçadas) de sabedoria da velhice.

É então que aos treze anos (mas com corpinho de 70), Benjamin conhece Daisy, uma menina de oito anos que costuma passar os fim-de-semana com a avó.

Ele fica encantado e logo faz amizade com a menina, pois logo na primeira vez que o viu ela diz que ele não parece um velho. Suas vidas estavam definitivamente entrelaçadas.

Aos 17, Benjamin começa a trabalhar num navio rebocador, fica amigo do Capitão, que o leva pela primeira vez a um bordel e também lhe apresenta a guerra (2a. Guerra mundial) alguns anos depois.

Benjamin se apaixona algumas vezes, mas invariavelmente ainda pensa em Daisy, que se torna uma bailarina famosa na Nova York dos anos 40.

Eles tem alguns encontros e vários desencontros, enquanto ela envelhece e Benjamin rejuvenesce, mas só ficam juntos mesmo quando alcançam fisicamente mais ou menos a mesma idade.O trabalho de maquiagem e efeitos especiais do filme é muito bom.

Mas, do mesmo jeito que no conto, o Benjamin Button do cinema não é um personagem tão interessante.

É claro que, diferente da versão original, os autores do filme souberam enchê-lo de figuras interessantíssimas como o homem que já atingido por raios sete vezes, o pigmeu que fez carreira no zoológico, o padrasto de Benjamin no asilo, o capitão do rebocador, a mulher do espião e a própria Daisy.

Todos eles com mais personalidade que o próprio Benjamin, que parece apenas passar pela vida.Saí do cinema com imagens fortes do filme Forrest Gump (aquele com Tom Hanks) na cabeça e, ao ler sobre o filme na internet, fiquei surpreso em saber que ambos os filmes tiveram o mesmo roteirista.

Se prestar atenção a estrutura dos filmes é praticamente a mesma: personagem com uma condição diferente(e meio bobalhão) conhece diversas pessoas interessantes, vivencia importantes eventos históricos e é apaixonado por mulher que encontra várias vezes, mas só vai lhe dar bola depois da metade do filme.Estaria o roteirista sofrendo uma crise criativa?

Apesar disso, do mesmo jeito que gostei de Forrest Gump, também gostei de O Curioso Caso de Benjamin Buton.

E recomendo a quem gosta de histórias sensíveis regadas a humor e com boas doses de lições de vida.
E se tudo isso não te atrair ao filme, ainda pode ir pra ver o mediano ator Brad Pitt (ARGH!) e a talentosíssima e lindíssima atriz Cate Blanchett (UAU!) como personagens principais. E talvez não se arrependa.

Valeu!

2 comentários:

Anônimo disse...

Já tinha me interessado pelo filme (já me falaram bem dele) e agora o interesse se renovou. Legal saber dessa relação com o Forest Gump, mas duvido que o supere. Aliás, esse tipo de comparação é sempre complicado. Me lembra por exemplo o Jogos Mortais, que se comparou com o Se7en (por coincidência também com o Sr. William Bradley Pitt) e ficou a anos-luz dele, embora seja um bom filme (estou falando só do primeiro).
Falando novamente sobre o ungido marido da Angelina Jolie, que história é essa de mediano? Vai ter problema com a mulherada, hein? rsrs É o que eu costumo dizer pra elas: tirando o carisma, a aparência e o talento, o que sobra? rsrs Mas falando sério, gosto do trabalho do cara. Alguns dos melhores filmes que eu já vi são com ele, como Babel, Encontro marcado, Clube da Luta e o próprio Se7en. Mas O Curioso Caso de Benjamin Button acho q vou deixar chegar na BlockBuster.

Anônimo disse...

Vou assistir nesta última semana de férias, ainda mais depois de saber q se trata do mesmo roteirista de Forrest Gump, filme que gostei muito. Um abraço!!!!

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