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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Filme: SteamBoy (2004)

Depois do megasucesso destruindo a Tóquio do futuro na ficção-científica Akira, o autor Katsuhiro Otomo tenta destruir a Londres do Século XIX na ficção steampunk animada SteamBoy (2004).

James Ray Steam é um rapaz inglês de 13 anos cuja genialidade como mecânico e inventor só é superada pela do pai Eddy e do avô Lloyd que estão, há bastante tempo, trabalhando numa nova invenção nos Estados Unidos. É quando algo dá errado e seu avô volta sozinho pra casa trazendo consigo a perseguição da perigosa fundação O´Hara, que quer a todo custo colocar as mãos na poderosa “Bola de Vapor” inventada por ele e seu filho no Alaska. Caberá a Ray protegê-la e impedir que a fundação O´Hara atrapalhe a Grande Exposição de 1866 em Londres.

Há mais de dez anos longe da direção em longa-metragens, Otomo assume a tarefa dupla de dirigir e co-escrever a história do garoto inventor.

Trazendo do último sucesso seu esmero na produção, Steamboy se destaca bem como uma grande produção animada, com seqüências cheias de detalhes que, segundo a lenda, levaram quase 10 anos, além do equivalente a 26 milhões de dólares para serem produzidas.

Isso é visível, principalmente nas seqüências finais onde ocorrem as batalhas dentro e fora do gigantesco castelo a vapor que sobrevoa Londres. Outro ponto interessante são as armas, canhões e aparatos voadores mostrados na história. O nível de detalhes no castelo e na própria cidade é absolutamente incrível e merece ser visto numa tela grande ou mesmo em alta definição.

O filme tem boas seqüências de ação na sua metade inicial com a fuga de Ray das máquinas a vapor da fundação O´Hara, primeiro com seu monociclo e depois pegando carona num trem, mas perde força depois.

O roteiro tenta trazer uma discussão anti-armamentista a baila, principalmente pelas palavras do avô de Ray, mas acaba sendo algo bastante superficial.

O problema acaba acontecendo depois da metade, onde a história deveria ganhar mais carga emocional e isso não acontece de forma satisfatória.

Um bom exemplo disso é o pai de Ray, Eddy, que não funciona como um vilão, não tendo a personalidade bem definida e sendo inconstante em suas decisões que não combinam com um personagem obcecado. 

Também há várias outras coisas pequenas, que colocadas juntas atrapalham a apreciação do filme:

- As motivações dos personagens são fracas e mal explicadas. 

- A menina Scarlett, mimada herdeira da fundação, fica completamente perdida na trama e, tirando uma cena descartável no final, parece servir apenas pra causar identificação com o público feminino. 

- Os constantes embates entre o pai e avô de Ray nunca são decididos.

- A seqüência final toma muito tempo de projeção sempre com uma nova e completamente descartável reviravolta que não adicionam valor nenhuma a trama principal.

- O epílogo, mostrado em cenas semi-animadas na subida dos créditos finais, parecem mais interessantes que o final do filme.

- Sem falar na verossimilhança da história que é bastante prejudicada por todos esses detalhes.

Resumindo: O tempo gasto nas seqüências de ação poderia ser melhor aproveitado no processo de desenvolvimento e aprofundamento de personagens, o que não acontece tornando a história chata na metade final.

Um filme do gênero steampunk que pode ser apreciado pela ação, pela bela fotografia e pelo grande design de produção, mas que tem um fraco aproveitamento de personagens é o que esperar de SteamBoy.

Pelo menos podemos ficar com as belas imagens e a linda estética steampunk.

Valeu!

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