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domingo, 1 de maio de 2011

Filme: Thor

A Marvel finalmente começa o que há alguns anos parecia impossível: construir um universo de super-heróis conciso como o dos quadrinhos no cinema.

Sua mais recente incursão nessa empreitada é Thor (2011) dirigido por Keneth Branagh. 

Jane Foster (Natalie Portman) é uma astrofísica que investiga o surgimento de auroras-boreais na noite do Novo México quando, após um evento inexplicável, atropela no meio do deserto um mendigo musculoso que se intitula Thor (Chris Hemsworth). 

Logo é mostrado que Odin (Anthony Hopkins), senhor de Asgard, derrotou e expulsou os Gigantes de Gelo da Terra há mais de mil anos atrás e foi conclamado um deus pelos povos nórdicos da época. 

Criando Thor e Loki (Tom Hiddleston) como irmãos ele tentou coroar o primeiro, mas este se mostrou despreparado pra governar e, depois de uma série de julgamentos mal-feitos (com a influência do irmão) que levaram a promessa de guerra entre reinos, é mandado como castigo para a Terra sem força, poderes e armas. 

Caberá a Jane ajudá-lo a recuperar sua força e voltar a Asgard para impedir a guerra e enfrentar o irmão.

O roteiro, baseado numa história de J. Michael Straczynski e Mark Protosevich, apresenta a origem do personagem de quadrinhos baseado na mitologia nórdica como criado por Stan Lee e Jack Kirby para a Marvel Comics há quase 50 anos.

Tem sucesso em conseguir equilibrar as seqüências de ação com a carga dramática, principalmente nos conflitos entre Odin e Loki, mas falha ao aprofundar muitos dos personagens e ao resolver os conflitos de Thor, o personagem principal, de forma muito rápida e trivial. 

Basta apenas uma noite na Terra e meia dúzia de sorrisos para Jane Foster pra Thor virar o defensor dos humanos. 

Tirando isso, a trama até apresenta um bom desenvolvimento com destaque para as atuações de Sir Anthony Hopkins, que consegue passar toda a força, fragilidade e amor de Odin pelos filhos quando necessário, e também para Tom Hiddleston, como Loki, cujo semblante contido e carregado revela toda a dor de um personagem que se desenvolve esplendidamente num vilão durante a narrativa.

Não que o ator Chris Hemsworth, que interpreta Thor, faça feio em seu trabalho, mas o personagem, um guerreiro arrogante e egoísta, não teve um roteiro que exigiu muito dele. 

O mesmo poder ser dito de Natalie Portman, que depois de ganhar o Oscar por Cisne Negro, não faz muita força pra interpretar uma Jane Foster pessimamente desenvolvida pela trama.

Destaque para as cenas de ação e para o belíssimo visual da cidade de Asgard, um deslumbramento elaborado pela equipe do filme com muito esmero.

O filme, apesar de poder ser apreciado por qualquer um, acaba se tornando um prato cheio pra fãs dos quadrinhos com menção a várias das fases do gibi, como a que Thor assumiu a identidade do médico Donald Blake.

Além, é claro, de contar com a participação da agência militar secreta S.H.I.E.L.D.(que já apareceu nos filmes do Homem-de-ferro), com pontas de personagens como Clint Barton (o herói Gavião Arqueiro), com referências a radiação gama (que criou o Hulk) e menções a artefatos como o Cubo cósmico

Tudo isso mostra a concisão do universo cinematográfico e a preparação para um cada vez mais certo filme dos Vingadores, equipe que reune os já desenvolvidos na telona: Hulk e Homem-de-ferro, além de Thor e Capitão América (cujo filme está sendo finalizado).

Um conto de inveja entre irmãos e uma conturbada relação familiar permeado por grandes cenas de ação e paisagens de tirar o fôlego é o que esperar de Thor.

Recomendado.

E que venham os Vingadores!

Valeu!

Um comentário:

Anderson Siqueira disse...

Plasticamente perfeito, mas cinematograficamente fraco. Esta é uma boa frase para definir Thor.

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