Melhor do que Thor, mas ainda um nível abaixo de Homem-de-Ferro.
É como comparo Capitão América – O primeiro vingador ( Captain América- The First Avenger, 2011) com outros filmes da Marvel Studios. Dirigido por Joe Johnston, que já foi responsável por bons filmes como Rocketeer, Jumanji, Mar de Fogo e Lobisomem, entre outros.
Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem franzino órfão de pai soldado e mãe enfermeira que, mesmo com ideais nobres, já foi rejeitado quatro vezes no alistamento para lutar na 2ª.Guerra Mundial em 1942.
Na sua quinta tentativa o jovem é escolhido pelo Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci) para ingressar no exército e participar de um experimento que o transformará no Capitão América, um supersoldado criado para fazer frente ao Caveira Vermelha (Hugo Weaving), o fracassado supersoldado alemão que hoje é chefe da divisão científica do exército nazista, também conhecida como Hydra.
O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely (dupla responsável por adaptar As Crônicas de Nárnia) cumpre o papel de contar um história bem redonda, equilibrando passagens cômicas, dramáticas e de ação.
Além de apostar no desenvolvimento do personagem título e de seu interesse romântico de maneira bem satisfatória (o que não ocorreu em Thor, por exemplo).
A trama contém boas saídas que permitem a aceitação de um personagem vestido com a bandeira americana num nível mundial.
Uma delas é o contraste entre o início é o da carreira do Capitão como simples figura de propaganda americana nos EUA e sua rejeição inicial pelos próprios soldados americanos quando vai aos campos de batalha europeus.
Outra boa sacada foi a concentração das batalhas do Capitão somente contra a Hydra.
A organização, ao querer se destacar como independente, se afasta do exército nazista e torna a figura do Capitão mais verossímil para o espectador, justamente por não colocá-lo em confrontos cujos desfechos já são historicamente conhecidos.
A organização, ao querer se destacar como independente, se afasta do exército nazista e torna a figura do Capitão mais verossímil para o espectador, justamente por não colocá-lo em confrontos cujos desfechos já são historicamente conhecidos.
Em relação a adaptação do personagem e sua comparação com as HQs, dá pra perceber que os roteiristas pegaram influências de várias fases do personagem (que já teve sua origem recontada várias vezes).
O que se destaca, é claro, é sua vestimenta de batalha bem próxima a versão Ultimate do personagem (que teve início nas HQs dos anos 2000) e o parceiro Bucky Barnes (bem mais condizente com versão moderna e séria do personagem).
Chris Evans manda muito bem interpretando o Capitão, principalmente pelo fato de não lembrar em nada seus últimos papéis em filmes como Quarteto Fantástico e Heróis.
Hugo Weaving, que já foi Sr. Smith em Matrix, o elfo Elrond em Senhor dos Anéis e o próprio V em V de Vingança, demonstra mais uma vez grande habilidade interpretativa como Caveira Vermelha e sem dúvida merecia ser melhor desenvolvido pelo roteiro.
Tommy Lee Jones e Stanley Tucci também se destacam fazendo um bom trabalho e demonstrando habilidade e sensibilidade respectivamente como alívio cômico e motivador do personagem título.
A produção de figurinos e ambientação histórica são muito bem feitas. Os tons pastéis predominantes nas cenas em Nova York e na metade inicial do filme em contraste com o tom azulado do final, por exemplo, dão um clima todo especial ao filme.
É só uma pena que depois disso tudo alguns efeitos especiais parecem ter sido feitos as pressas.
Um exemplo são as seqüências de em que o personagem joga o escudo (o que não saiu nada natural) e a corrida atrás do avião no clímax do filme cuja montagem com a paisagem de fundo falsa quase lembrou as aventuras de Chapolin Colorado.
Um exemplo são as seqüências de em que o personagem joga o escudo (o que não saiu nada natural) e a corrida atrás do avião no clímax do filme cuja montagem com a paisagem de fundo falsa quase lembrou as aventuras de Chapolin Colorado.
Em última análise um ponto negativo do roteiro é não tentar desenvolver os nazistas como personagens (muito) malvados.
A justificativa provável é que os autores apostaram num conhecimento prévio do público, o que livra a cara deles no ponto de vista do politicamente correto, mas tira a força do confronto final do filme, que perde um pouco o impacto em seu clímax.
A justificativa provável é que os autores apostaram num conhecimento prévio do público, o que livra a cara deles no ponto de vista do politicamente correto, mas tira a força do confronto final do filme, que perde um pouco o impacto em seu clímax.
No geral um bom filme, que vale o ingresso e nos remete a uma época mais simples quando se sabia quem era o vilão mundial e nos faz lembrar da infância assistindo Indiana Jones enfrentar os nazistas no cinema e na TV.
Recomendado.
Valeu!
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