O ser humano é a pior raça do universo.
Foi uma das impressões que tive ao acabar de ver Avatar, o novo filme de James Cameron (Alien, Exterminador do futuro 1 e 2, Titanic).
Escrito e dirigido por ele, o filme chama atenção a princípio por já ter custado cerca de impressionantes 500 milhões de dólares entre produção e divulgação no mundo todo.
Também chama a atenção (e esse é o principal aspecto) pelos efeitos especiais e pela mistura de pessoas reais e computação gráfica que cria personagens através de uma avançada técnica de captura de movimentos dos atores.
O chamado Motion Capture não é novidade em Holywood. Alguns filmes de sucesso já utilizaram essa técnica, que consiste em filmar o ator em um fundo verde usando uma roupa especial que transmite sua linguagem corporal e expressões faciais para um computador que depois o integra ao filme como um, ou vários, personagens. Para citar exemplos de animações que utilizaram a técnica temos O Expresso Polar, Beowulf e o recente Os Fantasmas de Scrooge.
Em Avatar, o motion capture se destaca por ser um dos melhores já vistos na telona. Os personagens (os alienígenas Na´Vi) se movimentam e se expressam como se fossem reais, na verdade como se fossem humanos, e isso provoca a identificação instantânea do espectador com eles.
Tecnologias inovadoras a parte, o que é ruim em Avatar é a história. Não entendam mal, a trama é clássica e bem redondinha, com grande potencial pra cair no gosto popular, mas isso depõe muito contra o filme. Principalmente pela previsibilidade. Num determinado momento o espectador perde a emoção do suspense, pois a trama, escrita pelo próprio de James Cameron, dá pistas a todo momento sobre o que vai acontecer, restando a nós apenas saber como isso será mostrado.
No ano 2154, Jake Sully (Sam Worthington), um soldado que ficou paralítico, é convidado a ir ao planeta Pandora dar continuidade a missão secreta de seu irmão gêmeo que faleceu recentemente.
O projeto Avatar consiste em assumir, através de uma conexão neural-remota, o controle de um corpo híbrido de homem e Na´Vi, a espécie animal mais inteligente do planeta, com o intuito de aprender sobre os nativos e convencê-los a abandonar um território cheio do minério mais valioso do universo para que possamos explorá-lo. É claro que isso não vai acontecer tão pacificamente.
O projeto Avatar consiste em assumir, através de uma conexão neural-remota, o controle de um corpo híbrido de homem e Na´Vi, a espécie animal mais inteligente do planeta, com o intuito de aprender sobre os nativos e convencê-los a abandonar um território cheio do minério mais valioso do universo para que possamos explorá-lo. É claro que isso não vai acontecer tão pacificamente.
Uma das principais idéias passadas pelo filme é que os humanos são intrusões e gananciosos (pelo menos a maioria deles) e que os Na´vi são aliens que só querem ficar na deles e bem bonzinhos quando você os conhece. Lógico que você passa a torcer por eles sem esforço algum.
Cameron aposta em personagens clássicos (arquetípicos até), como o herói sem nada a perder, o mentor relutante, o aliado que vira inimigo e por aí vai.
E apesar do bom rendimento dos atores não há na história muita preocupação em se aprofundar nas motivações dos personagens.
Apesar disso, é um filme extremamente inovador nas técnicas utilizadas para misturar elementos reais com computadorizados e, diferente de muitos outros filmes do tipo, você quase não consegue saber o que foi realmente montado e o que foi criado em computador.
O mundo criado por Cameron e sua equipe está excelente no aspecto gráfico e visual por conseguir passar com perfeição a idéia de um ambiente alienígena que poderia existir. É onde você vê onde foi bem gasto todo o dinheiro da produção.
Outro aspecto positivo do filme é o subtexto ecológico, afinal os alienígenas Na´Vi vivem em equilíbrio com Pandora e conseguem se conectar a praticamente toda criatura viva do planeta através de sua trança que na verdade é uma terminação neural.
Uma grande mensagem para os dias de hoje, já que estamos quase que “comendo” o planeta do qual fazemos parte, segundo uma revista semanal de grande circulação destacou recentemente.
Um momento de reflexão é necessário em todas as faixas da sociedade para podermos solucionar esse problema afinal, se não cuidarmos da Terra, quem cuidará de nós?
Um momento de reflexão é necessário em todas as faixas da sociedade para podermos solucionar esse problema afinal, se não cuidarmos da Terra, quem cuidará de nós?
Um filme bastante atraente e verdadeiro divisor de águas no aspecto gráfico e visual, que peca um pouco pela história meio batida, é que o esperar dessa obra (a primeira em 14 anos) do diretor James Cameron.
Vale muito a pena ver enquanto estiver no cinema e de preferência em 3D para aproveitar todo o visual.
Recomendado!
Valeu!
3 comentários:
Já assisti e compartilho da mesma opinião de que a estória é meio fraquinha, pena que na baixada não tenha como ver em 3d,não consiguirei aproveitar todo potencial do filme. Ótimo artigo Arndaldo. Um abraço e boas festas!!!
Gostei do "uma revista semanal de grande circulação". Nada de "jabá" no seu blog, né, meu velho? rsrs
Bem, seu texto tá ótimo, como sempre, mas talvez você tenha pego um pouco pesado com o filme. Que a história é batida não há dúvida (lembra da nossa discussão sobre a teoria de que só existem 4 histórias pra contar?), me lembrou muito Matrix, pra ficar apenas em um exemplo. Mas penso que o diferencial é a forma de se contar a história, e considero que ela foi bem contada.
No aspecto técnico, achei o filme irretocável. Teve dois momentos marcantes pra mim: um lugar comum, que foi um susto que levei com uma bomba que parecia sair da tela em minha direção e o outro, mais engraçado, que foi quando estiquei o pescoço pro lado tentando ver melhor os seios da sexy Michelle Rodrigues, tentando me desviar de um cara que tava na minha frente, tapando minha visão. Acontece que o cara era um personagem do filme. Por falar na Michelle, ela tava firme e forte em seu papel de Ana Lucía, que é o mesmo que ela sempre fez em todos os filmes que vi com ela.
Em relação à contação da história, há muitos clichês realmente, mas confesso que tive dúvidas em alguns momentos se realmente haveria um final feliz, não sei se por ingenuidade minha ou por ainda estar pensando nos seios da Michelle. Mas o melhor pra mim foram as questões filosóficas e psicológicas tratadas de forma primorosa por Cameron, como a Identidade Pessoal, o Auto-Conhecimento, a Harmonia com a Natureza, a Necessidade de se Pertencer a Algum Lugar/Grupo, Ideologias, Ética etc.
Apesar de ter pago caro pra ver o filme em 3D, senti que cada centavo foi bem gasto e que James Cameron se redimiu de seu último trabalho, o piegas e artificial Titanic.
tô loka pra assistir!!
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