

O selo VERTIGO foi criado no fim dos anos 80 para incentivar escritores e desenhistas a criarem histórias com temáticas mais maduras, com o objetivo de conquistar leitores que procuravam algo diferenciando dos quadrinhos tradicionais da DC, direcionados a um público infantil e juvenil.
Nos quadrinhos da VERTIGO é comum encontrar tramas abordando sexo, drogas, política, violência e religião, de maneira muito pouco sutil, o que não dá pra fazer numa história comum de super-heróis.
Só pra citar algumas obras e seus autores famosos que já passaram pela VERTIGO: Monstro do Pântano de Alan Moore, Sandman de Neil Gaiman, 100 Balas de Brian Azzarello, Fábulas de Bill Willingham, Y - O último Homem de Brian K. Vaughn, Preacher de Garth Ennis, HellBlazer e muitas outras.
No Brasil, o selo VERTIGO tem uma história complicada. Já foi publicado, se não me engano, por 8 editoras diferentes, sendo que muitas delas cancelaram títulos deixando histórias pela metade, por causa de vendas baixas e complicações contratuais. É claro que as vendas baixas tiveram muito a ver com a (quase) inexistência de divulgação dos títulos, o que levou diretamente a preços muito altos pelas edições, consequência das baixas tiragens dos exemplares. Sem divulgação fica difícil, né?
A editora Panini, que atualmente faz um bom trabalho publicando as HQs de super-heróis tanto da DC quanto da Marvel Comics, foi quem investiu nessa última empreitada do selo lançando o almanaque VERTIGO e algumas edições especiais que retomam histórias deixadas incompletas pela editora PixelMedia, que detinha os direitos do selo anteriormente.
O atual almanaque VERTIGO tem 132 páginas e 5 histórias diferentes. Todas elas inéditas, ao menos em quadrinhos, no Brasil.


Após esse breve encontro, a vida de Richard vira de ponta cabeça e ele tem que seguir por uma estranha jornada pelo submundo londrino para conseguir que tudo volte ao normal.
Roteirizada por um mediano Mike Carey e desenhada pelo ótimo Glenn Fabry é a série com maior apelo comercial por trazer o nome de Neil Gaiman, garantia de vendas do selo.

O Barato da Vida (publicada nos EUA na edição 175 de HellBlazer) conta o reencontro de Constantine com sua irmã na Inglaterra após ter ficado quase 2 anos nos Estados Unidos e ter sido dado como morto.
O condomínio onde sua irmã mora tem sido afetado uma aura maléfica que motiva atos violentos e depressivos em todos os moradores do local. Tudo aponta para a bondosa velhinha que mora com os filhos no último andar.
Como sempre, Constantine tem que se meter em algo que não esperava, mas dessa vez para tentar salvar sua família.
Também roteirizada por Mike Carey, tem a volta de Steve Dillon (revelado em Hellblazer há mais de 10 anos) nos desenhos.


Thessaly é a última das bruxas da Tessália.
Extremamente poderosa e com algumas centenas de anos de idade, ela vive pacatamente disfarçada como uma jovem aluna de uma faculdade em Nova York até que é atacada por enormes cães demoníacos, que destroem seu apartamento e matam um colega de faculdade, a obrigando a partir numa jornada para descobrir quem está tentando matá-la.
Tudo isso acompanhada por um galante e falador fantasma que diz ter sido morto por ela há muitos anos atrás.
Roteiro de Bill Willingham e desenhos de Shawn McManus.


Dashiell Cavalo-Ruim volta a sua reserva indígena depois de 15 anos, encontra velhos desafetos e arruma bastante confusão até que é contratado por seu tio Lincon Corvo-Vermelho, líder da reserva, como policial pra tentar botar ordem na casa.
Acontece que seu tio está envolvido em vários esquemas criminosos e caberá a Dashiell, que trabalha disfarçado para o FBI, desmascará-lo.
Sexo, drogas e jogo mostram a realidade decadente de uma nação indígena nos dias de hoje.
Roteiro de Jason Aaron e arte de R. M. Guerá.


Mais de mil anos atrás Sven, um habilidoso guerreiro varegue, é obrigado a retornar para casa no norte da Europa após ter notícias da morte do pai.
Seu tio Gorm tomou tudo que era do pai de Sven para si e mantém o povo do vilarejo controlado na base da fome e da violência.
Sven não tem o interesse em nada além do dinheiro deixado por seu pai, mas vai ter que reagir as investidas de seu tio, preocupado que ele reclame o lugar de seu pai como líder de seu povo.
Escrito por Brian Wood (o mesmo de Local) e desenhado por Davide Gianfelice.
Mesmo tendo a mesma premissa do filho pródigo que a casa torna, tanto Escalpo quanto Vikings são boas surpresas. Sendo que Escalpo empolga já na primeira edição, enquanto Vikings tem um ritmo mais lento.
HellBlazer tem uma história curta e consistente, com apresentação de novos e interessantes personagens que mereciam novas aparições, mas o melhor da trama são as suspeitas de John que prometem ganchos para novas emoções nas próximas edições.
Lugar Nenhum é um suspense que ainda não empolgou em duas edições, apesar de ótima arte de Fabry ,e A Tessalíada surpreende positivamente no uso da metalinguagem para descrever a jornada de Thesssaly, apesar da personagem ainda não ter cativado o suficiente para merecer maior atenção.
Como todo almanaque ou revista de mix, VERTIGO é uma revista de qualidade variável, mas bastante acima da média dos atuais quadrinhos em banca. Boa para quem tá afim de experimentar coisas novas e não gosta de ver sua inteligência subestimada por (algumas) histórias de super-heróis.
Resta esperar que esta nova empreitada do selo VERTIGO no Brasil, ao contrário das anteriores, tenha uma longa vida pela Panini.
Recomendado!
Valeu!
Recomendado!
Valeu!
Ps.: Ah! Vale a pena acessar o site da Panini para a linha VERTIGO com ótimas referências e informações sobre todas as séries http://web.hotsitepanini.com.br/vertigo/
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