
É a aposta do canal pago HBO numa história que se originou de um conto do escritor nova-iorquino Jonathan Ames (criador e roteirista da série), e que vem para agradar as noites de quem sentia falta de uma comédia refinada na televisão.
O personagem principal é ninguém menos que o próprio Jonathan Ames, interpretado aqui por Jason Schwartzman, um escritor de 30 anos que mora no Brooklyn e que tenta superar a depressão de ter sido largado pela namorada colocando um anúncio de detetive particular na Internet, enquanto tenta escrever seu segundo livro.
O primeiro episódio começa com Jonathan sendo largado pela namorada Suzanne (Olivia Thirlby) que leva quase todos os móveis e bens que ele tinha na casa.
O motivo da separação? Ela acha que Jonathan tem um problema com bebidas e maconha e, apesar de amá-lo, não quer vê-lo consumido pelo problema.

Motivado por um romance de detetive que estava lendo, ele, como quem não quer nada, coloca um anúncio de detetive não-licenciado na Internet e acaba sendo surpreendido pouco tempo depois com seu primeiro caso: achar uma moça desaparecida. Entre confusões e mal-entendidos ele acaba tendo sucesso em seu primeiro caso e decide continuar, mesmo com uma tendência a se confessar com seus clientes e pessoas envolvidas nos casos.
O primeiro episódio é quase todo centrado em Jonathan e sua tentativa de ser detetive e não chega a empolgar, mas nos episódios seguintes a série deslancha, pois podemos conhecer direito Jonathan e seus dois amigos.

O segundo é seu amigo de infância, o desenhista de quadrinhos Ray Hueston, feito pelo barbudo Zach Galifianakis (menos doido que no filme Se Beber, Não Case, mas ainda engraçado), que tem problemas de relacionamento sexual com sua atual namorada que parece dar mais atenção aos filhos dela do que a ele.
Entre situações que envolvem colonoscopias, alimentação veganista, direitos legais sobre o esperma de Ray, sugestões nada convencionais do terapeuta de George e desentendimentos literários resolvidos no ringue de boxe, os três formam a alma da série.
O episódio em que finalmente se juntam para tentar ajudar a resolver um dos casos de Jonathan é pra mim, o melhor de todos.
O episódio em que finalmente se juntam para tentar ajudar a resolver um dos casos de Jonathan é pra mim, o melhor de todos.
Um dos grandes atrativos da série é a própria cidade de Nova Iorque, sempre bem representada nos enquadramentos ou mesmo no mapa do mêtro que Jonathan anda. Uma cidade intrigante, eclética e misteriosa, que por si só já é um senhor cenário e personagem pro seriado.

A produção caprichada da HBO ainda dá um ar de filme noir a série com uma trilha sonora econômica baseada em Jazz e música de abertura feita pela banda do ator Jason Schwartzman (a Coconuts Records), além da fotografia e figurinos baseados numa palheta de cores realistas e dessaturadas que se tornam bastante agradáveis ao olhar do espectador.
Mas que fique bem avisado: apesar do pretexto policial-detetivesco a série é uma comédia e até mesmo a parte de investigação (que não chega a ser muita) foge da linha das séries policiais atuais.
Você chega a sentir que é fácil fazer o que o personagem faz e que qualquer um poderia ser um detetive "não-licenciado", como Jonathan faz questão de se apresentar aos seu clientes.
Você chega a sentir que é fácil fazer o que o personagem faz e que qualquer um poderia ser um detetive "não-licenciado", como Jonathan faz questão de se apresentar aos seu clientes.
Uma comédia bem escrita e produzida sobre as trapalhadas de um homem para sair do momento de estagnação que se encontrava através do começo de uma vida dupla como detetive ajudado, as vezes nem tanto, por seus dois melhores amigos (que sozinhos já fariam outra série) é o que esperar dos 8 episódios dessa (curta) primeira temporada de Bored To Death.
Recomendado!
Valeu!
Ps.:Boa notícia pros fãs: segundo sites de notícias a segunda temporada da série já foi confirmada.
Um comentário:
Ótima dica Arnaldo, vou dar um jeito de assisti-la. Um abraço.
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