E como estou falando de seriados, não custa chamar a atenção para a 5a. temporada do seriado de fantasia-suspense-terror Supernatural, que passa atualmente no Warner Channel Brasil e narra as aventuras dos irmãos Sam e Dean Winchester caçando demônios e todo tipo de criatura sobrenatural na base da faca, estaca de madeira, espingarda de sal e outras armas não tão óbvias pelos Estados Unidos.
Admito que nunca fui muito fã do seriado e, apesar de ter assistido ocasionalmente, não acompanhei as três primeiras temporadas.
Meu interesse mudou a partir da 4a temporada, quando Dean (Jensen Ackles), o irmão mais velho, foge do inferno com uma ajudinha de nada menos que anjos (que não tinham aparecido na série até agora) e dá início ao rompimento dos 7 selos que trarão o apocalipse.
A caracterização dos anjos como criaturas que, apesar de se manifestarem na Terra possuindo o corpo de humanos somente com a sua permissão, não são tão bonzinhos quanto parecem, podendo ser tão cruéis, sádicos e manipuladores quanto os demônios (o que me lembrou o ótimo filme Anjos Rebeldes) é o que a princípio me atraiu para a 4ª temporada da série.
Além do envolvimento de anjos trazer renovação a uma trama que antes que era dominada pela busca ao pai desaparecido, confrontos com demônios e vingança pela morte da mãe, o que mais me prendeu a essas 4a e 5ª temporadas foi a capacidade do seriado em não se levar tão a sério.
Não me entenda mal, os irmãosWinchester estão realmente preocupados em impedir o apocalipse de acontecer e tal, mas os produtores e escritores aprenderam a usar com sucesso o humor como elemento de diluição da tensão. Geralmente no relacionamento entre os irmãos ou em situações absurdas que os personagens reconhecem como tal, mas ainda tem que achar um jeito de sair delas.
Uma delas em especial, que teve início na 4ª temporada, é o fato dos irmãos descobrirem que foram transformados em personagens de uma série de livros de relativo sucesso que relata todas as aventuras que viveram desde o início do seriado. Isso se dá através de um escritor denominado pelos anjos como profeta moderno, que consegue sintonizar nos seus sonhos a vida dos irmãos Winchester e vê na literatura a forma de tirar proveito econômico dessas visões que não o deixam em paz.
Sam e Dean não gostam nada de ter suas vidas, aventuras e desventuras devassadas para um bando de pessoas que acham que eles não são reais e isso acaba rendendo um dos mais engraçados episódios, tanto da 4a quanto da 5a temporada, pela metalinguagem explícita através de críticas ao próprio formato da série, sempre na fala de outros personagens, claro.
Pra quem quer saber o rola atualmente na trama (quem não quiser não precisa ler o que vem a seguir):
No final da 4ª temporada, Sam (Jared Padalecki), o irmão mais novo, mata o demônio Lilith e acidentalmente quebra o sétimo e último selo que prendia Lúcifer (Mark Pellegrino) ao inferno, trazendo-o para a Terra e dando origem ao apocalipse bíblico. No início da 5a temporada, eles descobrem que todo o processo de quebra dos selos foi na verdade um plano dos anjos para apressar a destruição do mundo, já que Deus há tempos os abandonou nos Céus para vagar na Terra e eles não fazem idéia de onde ele possa estar.
Agora, os irmãos, ajudados pelo anjo rebelado Castiel (Misha Collins) tem que enfrentar tanto anjos quanto demônios, impedir Lúcifer de despertar os 4 cavaleiros do apocalipse, enquanto procuram Deus e adiam a utilização da Terra como campo da batalha final entre anjos a demônios.
A sub-trama da busca por Deus, mesmo que ainda não encarada até o 10º episódio, me surpreendeu e me fez acompanhar esta 5ª temporada por lembrar o gibi Preacher, um dos quadrinhos adultos mais elogiados dos últimos tempos.
A história de Preacher (já finalizada nos EUA) trazia um Pastor acidentalmente encarnado com o poder da voz de Deus (que obriga a qualquer um fazer o que ele quer) acompanhado de sua ex-namorada, que agora é assassina de aluguel, e de um vampiro irlandês beberrão procurando por Ele através dos EUA. Foi uma série muito bem escrita, que não é recomendada para pessoas fracas, por freqüentemente abordar temas pesados, além de ter muitas cenas fortes.
Com atuações que vão de boas a medianas, produção acima da média, trilha regada a Rock´N Roll Clássico e roteiros inspirados em filmes, quadrinhos e na própria bíblia, a 5ª temporada de Supernatural é uma ótima pedida pra quem procura uma série de fantasia-suspense-terror com uma pegada diferente.
Recomendado!
Valeu!
Um comentário:
Como sabe, são poucas as coisas em q concordamos, especialmente no q se trata de diversão (livros, filmes, música, etc.), mas esta é uma série q acompanho e gosto muito. Para sua resenha eu mando um polegar para cima e um smilley!!
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