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domingo, 18 de abril de 2010

Livro: Orgulho e Preconceito e Zumbis

Jane Austen (1775-1817) é uma das mais emblemáticas escritoras inglesas. Tendo vivido numa época em que às mulheres só cabia serem preparadas para o casamento, ela inovou criando heroínas racionais e independentes, que tentavam fugir dos valores sociais estabelecidos.

Uma espécie de quase-embrião do feminismo, visto que suas histórias, mesmo com esse tipo de heroínas, ainda prezavam pelo romance e costumes familiares ingleses.

Orgulho e Preconceito é sua obra mais famosa e conta todas as agruras, embates e discussões que tiveram Elizabeth, a mais inteligente das cinco filhas do Sr. Bennet, e o orgulhoso Sr. Darcy, até enfim se apaixonarem e casarem.

Resumindo: Uma típica história de mulherzinha.

O mesmo não pode ser dito de Orgulho e Preconceito e Zumbis (320 págs., 2010) que a editora Intrínseca acaba de lançar no Brasil.

Um livro com uma trama essencialmente igual a original, mas com algumas concessões a existência de mortos-vivos que assombram a Inglaterra do século XVIII desde o estouro de uma misteriosa praga há 55 anos.

Sem tentar explicar como isso ocorreu, o escritor americano Seth Grahame-Smith transforma o romance mais conhecido de Jane Austen em algo que amantes de histórias de zumbis e artes marciais terão gosto de ler.

Elizabeth, treinada na China pelos monges shaolin do mestre Liu, é a mais talentosa de suas cinco irmãs nas artes mortais. Jurou defender a Inglaterra das não mencionáveis criaturas de Satã, mas a insistência de sua mãe para que se case e a chegada do Sr. Darcy, um arrogante e rico guerreiro, junto com seu amigo a cidade onde moram, vão ocupar sua mente e seus afazeres mais do que ela gostaria.

Logo na capa dá pra perceber que não se trata de uma simples paródia do texto de Austen, pois o nome dela aparece como autora do livro, antes do nome de Grahame-Smith.

No miolo do livro temos a justificativa para isso, visto que Grahame-Smith parece ter mantido a trama principal sem muitas modificações, inclusive com grandes partes do texto original.

Tudo o que ele fez, com maestria diga-se de passagem, foi incluir um motivo a mais para a racionalidade e irrascibilidade de Elizabeth (que virou uma expert em kung-fu) e a presença de zumbis rondando os bosques e estradas da Inglaterra.

Além, é claro de várias cenas de lutas, decapitações e emboscadas de mortos-vivos, estrategicamente implantadas entre os conflitos da trama principal. (Incluindo o bônus de um confronto sangrento com ninjas)

Um livro que poderia se classificado como um romance de costumes confrontando artes marciais e o  sobrenatural, com algumas passagens engraçadíssimas no seu desenrolar.

Uma grande re-imaginação da obra de Jane Austen que mostra grande respeito pelo texto da autora, mesmo com as cenas de violência.

“É uma verdade universalmente aceita que um zumbi, uma vez de posse de um cérebro, necessita de mais cérebros.”

Recomendado pra quem sempre quis entender as mulheres do século XVIII ou, como eu, só gosta de uma boa história de mortos-vivos comedores de cérebro.

Valeu!

2 comentários:

Estela disse...

Deve ser bem interessante, o romance de Jane Austen num estilo "gótico", com direito a Zumbis e tudo (he,he,he).
Bjs.

VELOSO disse...

MUITO EU BLOG VOLTAREI !

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