Um grande conto de passagem para a vida adulta disfarçada numa bela comédia romântica com um roteiro que foge dos padrões de Holywood.
É o que esperar de Alta Fidelidade, filme americano dirigido por Stephen Frears no ano de 2000, baseado no livro mais vendido do autor inglês Nick Hornby (já falei de um livro do autor aqui).
Rob Gordon (John Cusack) é um trintão, dono de uma loja de discos que acaba de levar um fora da namorada. Desolado, ele passa seus dias em sua loja com seus dois funcionários pirados, Barry (Jack Black) e Dick (Todd Louiso) criando listas de “As cinco mais” (ou Top 5) sobre músicas ou qualquer outra coisa que passe pelas suas mentes. Sem esquecer a ex, ele decide contatar as cinco mulheres responsáveis pelas maiores decepções amorosas que sofreu, enquanto pensa no que fazer da vida a seguir.
Um filme que provavelmente custou pouco, todo filmado em locações na cidade de Chicago, que surpreende pela sinceridade e sensibilidade de seu texto (com certeza do livro do Hornby, que ainda não li) e também pelos diálogos dos personagens memoráveis.
Rob, talentosamente interpretado por John Cusack, é um personagem riquíssimo para um ator tanto pela sua obsessão por músicas pop, discos e listas Top 5 quanto pelo apelo de sofrer por amor e admitir que mesmo o amor por uma pessoa não apaga o desejo sexual por outra.
A grande sacada do filme é o próprio Rob narrar a história em tempo real conversando com a câmera. Suas constantes olhadas para a câmera em busca de compreensão acabam provocando a simpatia do espectador pelo personagem. Algo que pode soar exagerado a quem não viu o filme, mas é muitíssimo bem realizado pelo diretor Stephen Frears e pelo próprio ator John Cusack, que ajudou a escrever alguns diálogos, e cuja simpatia e sofrimento por amor conquistam o espectador do filme de cara.
Seu monólogo de abertura do filme (olhando para a câmera e escutando uma música triste) é impagável: “O que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, vendo vídeos violentos, como se a cultura da violência fosse consumí-las. Mas ninguém se preocupa se escutam milhares de canções sobre sofrimentos, rejeição, dor, miséria e perda. Eu ouvia música pop porque era infeliz? Ou era infeliz porque ouvia música pop?”
Grande surpresa também foi encontrar alguns atores mais famosos num filme de baixo orçamento como Catherine Zeta-Jones, vulgo Charlie, o Terceiro maior fora que Rob já tomou e seu melhor exemplo de mulher perfeita (de acordo com sua memória, claro) ou Tim Robbins, que poderia ter sido melhor explorado pelo roteiro no papel de Ian, o amante da ex de Rob. Até mesmo o roqueiro Bruce Springsteen faz uma ponta interpretando ele mesmo criando uma música na mente de Rob.
A trilha sonora acertadíssima vai do Rock ao Folk, do Romântico ao Eletrônico passeando pelos diversos ritmos do POP em geral.
A fotografia acerta o tom no realismo, combinando com o figurino dos personagens com muitas cores numa cena leve a quase monocromático abusando do jogo de luz e sombras em momentos tristes.
A movimentação de câmera é competente e sem muitos floreios, se limitando a acompanhar o personagem quando necessário e dando closes nos rostos destes em momentos de maior emoção.
O roteiro surpreende por não dar um ênfase climático ao final, fazendo o filme acabar na firmeza de decisão de Rob sem resolver um ponto em particular, mas dando uma sensação de continuidade, aproximando ainda mais o filme da vida real.
Outra grande sacada do filme, que provavelmente veio do livro, é o amadurecimento de Rob, que até aquele momento veio levado pela vida sem tomar decisões muito importantes, o que muda quando encara suas ex-namoradas e toma sua decisão final, marcando a entrada para a vida adulta.
O filme não deixa de ser também uma grande homenagem a música e aos fãs inveterados de discos de vinil (que ainda existem mesmo na época dos mp3 e da pirataria de CDs).
Recomendado pra assistir com a namorada ou sem ela, já que como Rob somos todos dados a desejos e aos erros que eles nos fazem cometer.
Valeu!
Ps.: só pra desfazer a impressão errada que possa ter ficado na última frase, o final do filme é feliz viu gente!
É o que esperar de Alta Fidelidade, filme americano dirigido por Stephen Frears no ano de 2000, baseado no livro mais vendido do autor inglês Nick Hornby (já falei de um livro do autor aqui).
Rob Gordon (John Cusack) é um trintão, dono de uma loja de discos que acaba de levar um fora da namorada. Desolado, ele passa seus dias em sua loja com seus dois funcionários pirados, Barry (Jack Black) e Dick (Todd Louiso) criando listas de “As cinco mais” (ou Top 5) sobre músicas ou qualquer outra coisa que passe pelas suas mentes. Sem esquecer a ex, ele decide contatar as cinco mulheres responsáveis pelas maiores decepções amorosas que sofreu, enquanto pensa no que fazer da vida a seguir.
Um filme que provavelmente custou pouco, todo filmado em locações na cidade de Chicago, que surpreende pela sinceridade e sensibilidade de seu texto (com certeza do livro do Hornby, que ainda não li) e também pelos diálogos dos personagens memoráveis.
Rob, talentosamente interpretado por John Cusack, é um personagem riquíssimo para um ator tanto pela sua obsessão por músicas pop, discos e listas Top 5 quanto pelo apelo de sofrer por amor e admitir que mesmo o amor por uma pessoa não apaga o desejo sexual por outra.
A grande sacada do filme é o próprio Rob narrar a história em tempo real conversando com a câmera. Suas constantes olhadas para a câmera em busca de compreensão acabam provocando a simpatia do espectador pelo personagem. Algo que pode soar exagerado a quem não viu o filme, mas é muitíssimo bem realizado pelo diretor Stephen Frears e pelo próprio ator John Cusack, que ajudou a escrever alguns diálogos, e cuja simpatia e sofrimento por amor conquistam o espectador do filme de cara.
Seu monólogo de abertura do filme (olhando para a câmera e escutando uma música triste) é impagável: “O que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, vendo vídeos violentos, como se a cultura da violência fosse consumí-las. Mas ninguém se preocupa se escutam milhares de canções sobre sofrimentos, rejeição, dor, miséria e perda. Eu ouvia música pop porque era infeliz? Ou era infeliz porque ouvia música pop?”
Grande surpresa também foi encontrar alguns atores mais famosos num filme de baixo orçamento como Catherine Zeta-Jones, vulgo Charlie, o Terceiro maior fora que Rob já tomou e seu melhor exemplo de mulher perfeita (de acordo com sua memória, claro) ou Tim Robbins, que poderia ter sido melhor explorado pelo roteiro no papel de Ian, o amante da ex de Rob. Até mesmo o roqueiro Bruce Springsteen faz uma ponta interpretando ele mesmo criando uma música na mente de Rob.
A trilha sonora acertadíssima vai do Rock ao Folk, do Romântico ao Eletrônico passeando pelos diversos ritmos do POP em geral.
A fotografia acerta o tom no realismo, combinando com o figurino dos personagens com muitas cores numa cena leve a quase monocromático abusando do jogo de luz e sombras em momentos tristes.
A movimentação de câmera é competente e sem muitos floreios, se limitando a acompanhar o personagem quando necessário e dando closes nos rostos destes em momentos de maior emoção.
O roteiro surpreende por não dar um ênfase climático ao final, fazendo o filme acabar na firmeza de decisão de Rob sem resolver um ponto em particular, mas dando uma sensação de continuidade, aproximando ainda mais o filme da vida real.
Outra grande sacada do filme, que provavelmente veio do livro, é o amadurecimento de Rob, que até aquele momento veio levado pela vida sem tomar decisões muito importantes, o que muda quando encara suas ex-namoradas e toma sua decisão final, marcando a entrada para a vida adulta.
O filme não deixa de ser também uma grande homenagem a música e aos fãs inveterados de discos de vinil (que ainda existem mesmo na época dos mp3 e da pirataria de CDs).
Recomendado pra assistir com a namorada ou sem ela, já que como Rob somos todos dados a desejos e aos erros que eles nos fazem cometer.
Valeu!
Ps.: só pra desfazer a impressão errada que possa ter ficado na última frase, o final do filme é feliz viu gente!
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