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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Livro e Filme: O Guia do Mochileiro das Galáxias

O Guia do Mochileiro das Galáxias é a obra máxima do autor inglês Douglas Adams.
Falecido em 2001, aos 49 anos, ele também foi famoso por escrever para o  grupo de humor Monty Python.

O Guia em si começou como série de rádio em 1978.

Devido ao sucesso, o próprio autor reescreveu a série e a compilou como livro no ano seguinte.

Mais quatro livros derivados da série vieram em seguida, dando origem a uma série de tv em 6 episódios em 1981, jogos para computador nos anos 80, algumas peças de teatro, uma série em quadrinhos nos anos 90 e a um filme para cinema em 2005.

Tudo isso devido ao sucesso da prosa humorística de Douglas Noel Adams (ou o verdadeiro DNA, como ele gostava de brincar) que lhe rendeu milhões de fãs pelo mundo todo.

Apesar de não ter formação científica, Adams era uma apaixonado por ciência e tecnologia, entusiasta de emails, computadores Macintoshes e ecologia. Era ateísta radical, mas não no sentido depressivo e sim na predileção por atos que melhorassem nossa vida presente. Também era defensor ferrenho de causas animais e de meio ambiente.

Tudo isso transparece em suas obras que, com uma prosa ácida, cínica e engraçadíssima, consegue fazer críticas a política, burocracia, ciências, experiência com animais, toda e qualquer religião organizada e também à raça humana como um todo.

O Guia consiste na história de Arthur Dent, um inglês de 30 e poucos anos, comum até demais, de como ele conseguiu escapar da Terra segundos antes de sua destruição por uma frota de demolição Vogon, com a ajuda de seu amigo Ford Prefect (que se revela alienígena) e de como iniciou suas aventuras pelo espaço em busca da pergunta fundamental sobre a Vida, o Universo e Tudo Mais.

O Guia dentro da história é um livro eletrônico contendo boa parte de todo o conhecimento galáctico que supera, segundo a própria trama faz questão de frisar, a antiga e tradicional Enciclopédia Galáctica por dois motivos: é ligeiramente mais barato e tem as palavras NÃO ENTRE EM PÂNICO estampadas em letras amigáveis na capa. (hilário, não?)

Algumas máximas do guia:
Você sabia...
-... que os seres humanos são apenas a terceira espécie mais inteligente da Terra?
-... que a resposta para a questão sobre a Vida, o Universo e Tudo Mais é 42? (Falta descobrir a pergunta)
-... que a toalha é o objeto mais importante para se levar numa viagem estelar?
-... que o melhor restaurante da galáxia fica no fim do universo?
-... que o motor de improbabilidade infinita, mais moderno da galáxia, passa por todos os lugares do universo antes de chegar ao seu destino?
-... que o robô Marvin tem o cérebro do tamanho de um planeta (figurativamente falando), mas é extremamente depressivo?
-... que se o guia do mochileiro fosse impresso em papel seriam necessários vários prédios pra guardar todas as suas páginas?
-... que uma seita alienígena compara o universo a um nariz escorrendo e aguarda o fim de tudo com a chegada do grande lenço branco?
-... que os Vogons são a espécie mais chata e burocrática da galáxia e sua poesia, a terceira pior do universo, pode ser usada em torturas?
-... que os golfinhos são a segunda espécie mais inteligente da Terra? A primeira você só descobre se acompanhar uma das versões da obra.

Fatos que podíamos morrer sem descobrir, mas por causa do Guia do Mochileiro das Galáxias aprendemos um pouco mais sobre o universo e ficamos um pouco mais felizes.

A história principal é contada nos três primeiros livros, com uma trama extremamente interligada, com fatos que ocorrem no primeiro livro só explicados no segundo e no terceiro por exemplo.

O quarto livro é um espécie de epílogo da história e o quinto é quase que uma trama paralela envolvendo os mesmos personagens apotando para situações diferentes.

Os dois primeiros são, com certeza, os melhores e absolutamente imperdíveis pelo frescor e originalidade de suas idéias.

No geral, é uma divertidíssima leitura para escapar das durezas do dia-a-dia colocando um sorriso no rosto e até aprender alguma coisa boa, já que Adams emula e debocha de teorias científicas, esconde mensagens ecológicas e usa uma preocupação filosófica milenar como fio condutor de sua trama.

Muito Recomendado!

O filme, de 2005, teve roteiro do próprio Douglas Adams junto com Karey Kirkpatrick. Adams participou ativamente da pré-produção, mas não pôde ver o trabalho final, já que morreu quatro anos antes do filme ser lançado.

Com direção de Garth Jennings, a história do filme é ligeiramente diferente da do livro, principalmente em seu desenvolvimento e final.

O personagem de John Malkovich, Humma Kavula, por exemplo, foi inventado especialmente para o filme (apesar de sua seita religiosa ser citada no livro).

Sua presença no meio da história chega a ser justificada por um fato importante do desfecho, mas fica meio solta e inconclusiva no contexto geral.

Outro destaque negativo no roteiro é o romance entre Arthur (Martin Freeman) e Trillian (Zoey Deschanel) que apesar de pontuado em alguns momentos no roteiro, não é bem desenvolvido, levando a um discurso final com jeito meio forçado e inoportuno.

O grande destaque do filme são algumas das idéias malucas e críticas de Adams colocadas com sucesso na telona tanto nos belos efeitos especiais quanto nas simpáticas animações em 2D, que ilustram as explicações dadas pela narração do guia, que tem a voz de Stephen Fry na versão inglesa e José Wilker na versão brasileira.

Ponto positivo para os Vogons animatrônicos (robôs que simulam movimento) construídos competentemente pelos estúdios Jim Henson (criador dos Muppets).

Não posso deixar de citar positivamente também a abertura musical do filme com os golfinhos cantando uma música engraçadíssima que te faz querer cantar junto e uma curta animação com figuras de crochê geradas pelo motor de improbabilidade infinita no meio da trama.

São pequenos detalhes que chamam atenção nos dias de hoje quando bem feitos a ponto de competir com animações em 3D e personagens computadorizados.

Outro item que chama a atenção é o esmero da direção de arte e fotografia ao retratar as diferenças entre a nave Vogon, toda quadrada e escura, e a nave Coração de Ouro de formas arredondadas e claras. Bem Legal.

No geral uma boa comédia de ficção científica que tem algumas inconsistências de roteiro e exagera em algumas cenas no estilo pastelão, mas com direção e atuações consistentes, preocupações filosóficas, ótimos efeitos especiais e divertidas animações totalmente a serviço da narrativa é o que esperar desse filme.

Recomendado!

Aliás, qualquer versão do Guia do Mochileiro das Galáxias, seja ela em rádio-novela, livro, série de TV, peça de teatro, jogos de videogame, quadrinhos ou cinema é recomendadíssima pra quem gosta de uma ótima história.

Até mais, e obrigado pelos peixes!
Valeu!
Ps.: Destaque para a aparição/ homenagem a Douglas Adams no fim do filme.

3 comentários:

Anderson Siqueira disse...

Não li o livro, mas vi o filme. E posso dizer, com certeza, que é algo singular e imperdível!
=]

ArnalDuda Siqueira disse...

Com certeza, é um experiência interessantíssima!
Recomendo a leitura do livro que tem muito mais consistência do que o filme (Não que o filme seja de todo ruim, claro).

Obrigado pelo comentário.
Valeu!

Unknown disse...

Achei bem legal, obrigada pela dica..vou deixar uma minha aqui,li um livro "A Ordem é Amém", que relata a história de um falso pastor que tem sua vida transformada por Deus, é um livro muito surpreendente e emocionante, leiam vcs vão gostar eu o encontrei no site:www.seteseveneditora.com.br

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