Todo leitor de quadrinhos já pensou em ser um super-herói.
Bom, talvez isso não se limite só aos leitores de quadrinhos. Provavelmente todas as pessoas já pensaram em ser super-heróis, isso num momento bem específico de suas vidas, claro.
Bom, talvez isso não se limite só aos leitores de quadrinhos. Provavelmente todas as pessoas já pensaram em ser super-heróis, isso num momento bem específico de suas vidas, claro.
Momento esse que geralmente acaba antes dos 10 anos de idade. Não é o caso dos personagens do divertidíssimo Kick-Ass – Quebrando Tudo (2010), que estréia nessa sexta-feira, 18 de junho, nos cinemas do Brasil.
Dirigido por Matthew Vaughn, o mesmo diretor de Stardust (que já comentei aqui), o filme é um ótimo apanhado de referências a filmes de super-heróis, sobrando ainda seqüências que homenageiam filmes de samurai e jogos de videogame.
Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um típico nerd de 16 anos e ávido leitor de quadrinhos que, cansado de ser assaltado na volta da escola pra casa, decide fazer alguma coisa montando um uniforme e saindo pra combater o crime com o nome de Kick-Ass.
Acaba virando sensação ao lutar com alguns marginais e ter sua performance (completamente atrapalhada), filmada e jogada na Internet.
É então que a dupla Big Daddy (Nicolas Cage) e Hit Girl (Chloe Moretz) se inspiram nele e começam a matar mafiosos vestidos de super-heróis. E a culpa cai toda no pobre Kick-Ass.
Roteirizado pelo próprio Matthew Vaughn, com o auxílio de Jane Goldman, o filme é baseado numa idéia e argumento do escritor de quadrinhos Mark Millar, que também a adaptou para uma HQ que foi a sensação dos quadrinhos americanos em 2008, e que deve chegar esse mês as bancas brasileiras.
É a própria Jornada do Herói de Joseph Campbell adaptada a uma linguagem atual com narrações em off do personagem principal.
Que por sinal é muito bem desenvolvido pelo roteiro, assumindo um formato totalmente verossímil, ou seja, você acredita que poderia fazer o que ele faz.
Principalmente pelo fato da produção não poupar sangue e maquiagem pra ilustrar os ferimentos que ele sofre e as porradas que toma.
Apesar do final ser feliz, o filme faz questão de mostrar a realidade a que uma atitude louca como a de Dave pode levar, ou seja, não se pode ignorar uma cara quebrada (ou pior) de vez em quando.
Aaron Johson está muito bem caracterizado como Kick-Ass, um nerd que decide virar super-herói, e sua voz fina é um perfeito e engraçadíssimo contraponto às decisões loucas que toma.
Christopher Mintz-Plasse (o famoso McLovin do filme Superbad), também é um dos destaques do filme, demonstrando talento na passagem de filho-do-chefão-da-máfia-que-só-quer-ser-notado-pelo-pai a falso amigo do herói.
A participação de Nicolas Cage é pequena, mas muito marcante e bem executada, principalmente pelo fato dele não fazer as caras e bocas que costuma fazer em seus filmes. Sua imitação/homenagem a Adam West (o Batman do seriado dos anos 1960) quando coloca o uniforme é impagável. Dá até pra achar que ele ainda pode fazer bons papéis.
Mas a melhor mesmo ainda é Chloe Moretz, a lindinha da Hit Girl, numa personagem divertidíssima (ainda que fuja do realismo do filme) dona das melhores cenas de ação e das melhores falas.
Uma estrela em ascensão desde 500 dias com ela (do qual já falei aqui).
E olha que ela só tem 13 anos.
Copiando a estética de filmes e desenhos japoneses, o filme abusa da violência estilizada, mostrada em cores fortes e vibrantes em cenas recheadas de cortes rápidos como só os melhores filmes de ação podem proporcionar.
Destaque para a sequência da (tentativa) do pulo entre prédios (que remete ao filme do Homem-Aranha) e para o flashback do passado de Big Daddy e Hit Girl feita encima da renderização dos desenhos de John Romita Jr. , um dos melhores desenhistas da Marvel Comics, feitos para a HQ original.
E ainda tem uma seqüência inteira de homenagem a jogos de videogame de tiro. É quando a Hit Girl precisa resgatar seu pai e vemos parte do resgate pela visão dela só com a mãozinha na frente apertando o gatilho contra os mafiosos. Bem legal.
A trilha original é clássica e empolgante com passagens que lembram filmes como Homem-Aranha e Superman. E a trilha sonora ainda tem músicas impactantes e conhecidas tocadas em momentos de ação. Perfeitas pra empolgar o espectador.
Uma película que não custou nem 30 milhões de dólares (que levou dinheiro do próprio Matthew Vaugn), mas que proporciona diversão garantida pra fazer frente a filmes de mais de 100 milhões de dólares como Homem-Aranha e Batman.
No geral um filme bem divertido, apesar de um pouco violento, mas que pode empolgar tanto adolescentes quanto adultos.
Recomendado!
Valeu!
Um comentário:
Eu gostei do filme, achei divertido e realista. Boa redação, Arnaldo, impecável como sempre. Beijo
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